Clássicos da literatura brasileira que nunca saem de moda

Vamos falar sobre 5 livros clássicos de autores brasileiros que são uma ótima opção e nunca saem de moda. São bons livros para um encontro ou reencontro com a literatura clássica brasileira.
 Clássicos da literatura brasileira que nunca saem de moda

1. Memórias Póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis)

Esqueça os traumas da escola! Machado de Assis é o maior escritor brasileiro de todos os tempos e merece ser lido e relido. Como diz um velho professor, “Machado é como um bom vinho: ele melhora com o tempo”. A cada leitura que se faz de sua obra, conforme vai passando o tempo, o leitor consegue se identificar com partes diferentes de sua obra.

As peripécias do defunto autor, Brás Cubas, tem um sabor especial. O livro retrata a trajetória da elite imperial em toda a sua mediocridade, destilando com humor uma série de críticas àquela sociedade de corte. Algumas, por sinal, são válidas até hoje, como o bacharelismo e a inoperância de boa parte da classe. Além disso, temos as aventuras amorosas da nossa personagem principal.

2. Vidas Secas (Graciliano Ramos)

Graciliano Ramos se consagrou com essa obra, que narra a saga de uma família do sertão nordestino em busca de melhores condições de vida. É um perfeito retrato das adversidades e do alto grau de vulnerabilidade dos habitantes do semiárido, uma região marcada pela seca, por relações de trabalho arcaicas e mandonismo local.

A família é composta por Fabiano, Sinhá Vitória, os dois filhos - que simbolicamente não possuem nomes - e a cachorra Baleia. As aspirações e sonhos das personagens representam o estreito horizonte de possibilidades para os mais pobres do nordeste brasileiro da época do autor. Esse livro clássico do chamado regionalismo merece ser lido.

3. O Quinze (Rachel de Queirós)

Ainda na temática da seca do nordeste, o livro de Rachel de Queirós, nossa escritora modernista, se enquadra na escola regionalista. A obra trata da trajetória de outra família fustigada pela grande seca de 1915 que atingiu o sertão, em especial no Ceará. O título é uma referência explícita ao ano e evento.

Marcados pelas questões sociais, o texto aborda as dificuldades e dilemas das personagens que resultam em escolhas de vida. Além disso, há a presença da personagem culta e rebelde da professora Conceição, que adiciona ao texto críticas à realidade social e aos costumes, além dar um toque de romance.

4. Sagarana (Guimarães Rosa)

O livro Sagarana é a obra de estreia de Guimarães Rosa, reunindo nove contos que tratam do universo do sertão, mas, agora, o sertão de Minas Gerais. Contudo, não há nada que demonstre ser o autor um principiante. Entre os contos, tem-se o consagrado A Hora e a Vez de Augusto Matraga, que já ganhou versões para o teatro e cinema.

Sagarana é um bom começo para quem quiser adentrar ao universo roseano, permeado pela marca da oralidade, neologismos, jagunços e excelentes histórias. O autor de Minas Gerais, diplomata de carreira, é sem dúvida um dos mais importantes autores brasileiros e se enquadra no chamado realismo mágico, gênero muito bem desenvolvido por outros tantos autores latino-americanos.

5. Capitães de Areia (Jorge Amado)

De volta ao nordeste, não mais no sertão, mais no centro urbano de Salvador, capital da Bahia, é que acontece o desenrolar das histórias que envolvem um bando de crianças e adolescentes contraventores. Liderados por Pedro Bala e amotinados num trapiche à beira-mar, os garotos e garotas apresentam o submundo da capital soteropolitana e os contrastes sociais em uma cidade profundamente desigual.

Jorge Amado é um ator bastante conhecido, tendo várias de suas obras adaptadas para o teatro, cinema e, principalmente, telenovelas. Capitães de Areia é o seu primeiro grande sucesso literário e demonstra uma realidade de menores infratores que está longe de ser superada no Brasil.